segunda-feira, 25 de maio de 2009

A CHAMA DA "PRESSÃO DE VAPOR"


Amigas e amigos... Todo mundo, quando criança, tem um sonho, um desejo do que vai ser quando crescer: bombeiro, jogador de futebol, piloto, e, os mais lúdicos, super-heróis.
Então, vejamos,o bombeiro. Meninos! Inconscientemente, eles já eram fogo, e pensavam em apagar si próprio. Ou será que já pensavam como pais? Vai saber. Bem, jogador de futebol é bem mais fácil, pois aqui é o país dessa caixinha de surpresas tantas vezes campeão. O Piloto – e pode ser qualquer um – para crianças super ativas de hoje que fazem babás e professoras virarem atletas, nada mais óbvio. Sobrou o super-herói. Mas, esse não sobra, e sim, nunca sai de dentro delas. É o que mantém a chama dos desejos sempre viva, no entanto, se consome e, muitas vezes, se destrói com o tempo.
Por que aquele bombeiro virou advogado; o escriturário nunca virou jogador; e aquele caixa de banco, que sonhou em ser piloto, nunca dirigiu uma vez na vida se quer? Respostas generalizadas são clichês certos: percalços da vida, condição econômica, nível social, traumas, dentre outros.
O que realmente sempre desejei saber foi por que o bombeiro é bombeiro, o jogador virou craque, e o piloto passa a vida entre derrapadas e pódios. Dizer que vinham sonhando desde infância não vale. Eu quero a ‘chama’, o momento da centelha que fez explodir dentro de nós o desejo de nossas vidas. O segundo que incrustou aquela vontade e o fez não mais sair de dentro da gente.
Eu descobria a minha . Não senti na hora; pelo menos não conscientemente. Ele foi decifrado, descoberto depois de muito tempo, sonhos, flashes de memórias, mas, sem sombra de dúvidas, garanto que foi ali.
Estava eu, em uma dessas aulas de química, conversando com meus colegas, quando, em uma de suas explanações, professor Fleming falava da pressão de vapor. “É um índice que varia com a temperatura” [...] “vai de zero a um”... Enquanto falava, algo dentro de mim começou a brilhar – a centelha – parei de conversar, respirei, como oxigenando a chama, e entendi. Era isso. Internalizei.
Quando a minha chama se deu, daquele dia em diante, decidi: “Quero ser cientista”.
Para enterder isso melhor, perguntei também certa vez a um professor por que ele é o que é. Ele não soube explicar. E nas tantas tentativas que eu o via contar, ele não se desesperava, ao contrário, seus olhos brilhavam, e isso não tinha palavras para descrever.
É isso! A chama não se descreve em palavras. Ela é sentida numa velocidade imensurável, numa profundidade desmedida. Pleonasmos e redundâncias não satisfarão, nunca. Mas isso também não importa. Mantê-la viva é o que há.
Curta essa “chama-pressão” de modo levar a vida numa Nice! Ela pode estar em qualquer lugar: numa grande paixão - mal resolvida ou não; numa atitude ou numa simples observação. Nas amizades e traições frívolas. Pode estar escondida num medo a ser vencido, ou numa semente plantada desde pequeno.
Ninguém sabe, mas pode supor que se vive com essa pressão-chama ao redor a todo instante.
A pressão dos desejos que viram cobranças. Os filhos aparecem e crescem; filhos que são criados, e trabalhos ficam dobrados. Mais pressão. E com o tempo se vai descobrindo que algumas dessas pressões servirão de combustível pra vida.
Hoje Estudo, trabalho com uma paixão desmesurada. E só agora, depois de muito tempo, num de meus devaneios , veio resposta deste instante transparente. Foi ali, naquela aula. Tenho certeza.
Confie nesta chama, essa pressão que tarda mas não falha. Todos têm uma. E acredite que viver sob pressão é bom. Muito bom.
Faça como eu, e encontre a sua.
;~]

2 comentários:

Pê Sousa disse...

É de se esperar que de tão profícua mente nasça belos textos.

Meu blog mudará o endereço. Agora será www.abuscademimmesmo.blogspot.com como o título,
para facilitar o acesso.

Valeu teacher!

DiePorFer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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