sábado, 27 de março de 2010

Teoria de Skopos / Tipologia Textual/


PS: Ei, Psiu!? você que visita e não comenta, faça um pequeno esforço, AGRADEÇA. (TALVEZ eu tenha mais material!rsrs)


A TEORIA
No processo de tradução, o texto de chegada (TC), de maneira fluente e natural, deve reproduzir em sua totalidade, preservando o estilo do texto de partida (TP), sua ideia original.

Primeiramente, J. C. Catford tem como definição ampla de tradução “a substituição de material textual numa língua por material textual equivalente noutra língua”. E o tradutor, sugere Eugene Nida, deve ser o transportador dessa carga (material), observando que o fundamental é que chegue bem ao seu destino e não onde e como foi transportada.

Chegar bem exprime que os componentes significativos do texto de partida alcancem a língua-alvo do texto de chegada.

Parafraseando os princípios básicos para uma boa tradução Tytler, o texto de chegada deve manter a idéia em sua totalidade, o mesmo estilo, e a fluência e naturalidade do texto de partida.

O texto January (Bolton, 1979) carrega consigo, quando na sua elaboração, produto da historia do autor: livros que ele leu (outros autores!), suas visões do mundo: o contexto - nada mais que essas vivências, os costumes de uma época que implicará diretamente na fidelidade às origens, ao ponto de início: o texto de partida.

Por isso, não se pode considerar January como um texto original, e o uso do termo texto de Partida torna-se mais pertinente (sempre que posso substituirei a palavra Original por de Partida).

(Ab)uso da teoria da funcionalidade (SKOPOS Theory) onde dou maior importância (prioridade)a intenção da comunicação que o modo de execução do texto de chegada.

O texto trata-se de um poema infantil, e tomando como base a tipologia textual de Katharina Reiß, classifico-o como um texto expressivo em que a ênfase está no emissor e, portanto, utiliza-se o método de tradução identificante.

Enfim, voltando a Nida, ele refere-se ao bom tradutor como aquele que não só passa e repassa os aspectos de um procedimento, como também o reconstrói e reestrutura durante seu processo de tradução.

A tradução não é meramente uma transferência de significados e sim uma produção de significados respeitando a leitura, a interpretação e o contexto que a cerca.

A própria tentativa Menardiana ficcional de Borges (a obra ‘visível’; o autor ‘invisível’) se rende quando não consegue que “cada palavra defina-se em si mesma”. Ela cai por terra pelo (simples) fato de uma tradução ser uma criação, fruto e passível de novas leituras e interpretações.

A PRÁTICA
Leitura inicial. Tradução literal. Avaliação dos aspectos lingüísticos e extralingüísticos.


JANUARY
In January [Em Janeiro]
It’s so Nice [é tão legal]
While slipping [Enquanto escorregando]
On the sliding ice [Sobre o escorregadiço gelo ]
To sip hot chicken soup with [Para tomar uma sopa quente de galinha com]
Rice [Arroz]

Sipping once [Toma uma]
Sipping twice [Toma duas vezes]
Sipping chicken soup [Tomando sopa de galinha]
With Rice [Com arroz]



Duas possibilidades (temáticas) foram observadas:
Temática A – Férias
January/Janeiro => “época de férias aqui”
On the sliding ice/deslizando no gelo => “brincando no gelo”

JANEIRO
Em janeiro
É tão divertido!
Estar de férias
Tantas brincadeiras com amigos
Será que contar eu consigo?

Dou-lhe uma!
Dou lhe duas!
Dou-lhe três!
Quem vai contar
o que fez?


Temática B – Merenda escolar
(essa bem mais arriscada!)
January/Janeiro => “época escolar lá”
Chicken soup/ sopa de galinha => comida, lanche, almoço, merenda, merenda escolar

HORA DA MERENDA
A hora da merenda
Não se deixa pra depois
No lanche muitas frutas
No almoço o feijão com arroz
Quem deixou no prato? Quem foi?
Quem foi?

Come um,
Come dois,
Viva o feijão
Com arroz!


NOTA 1: Em ambas temáticas foi observada e mantida a interatividade, incentivo, continuidade na intenção do texto de partida, como também houve a preocupação com a manutenção de rimas e o tamanho do texto (poema curto).

NOTA2: nos resultados (texto de chegada), aspectos extralingüísticos foram mais relevantes que os lingüísticos no processo de tradução.

NOTA 3: Para os 'leigos'. Isto é uma tradução? sim! Pois ambos foram criados tendo como base, logíco, de um texto de partida. Agora, se será aceito pela clientela, pela editora, etc. são fatores que sao determinados previamente pelo perfil da editora, experiencia do tradutor, negociados antes do processo de execução.

FONTE:
  • BAKER, Mona; MALMKAER, Kirsten. 1998, Routledge Enciclopedia al T.S. Pag. 235-238;
  • VIEIRA, Else R.P. (org) 1996. TEORIZANDO E CONTEXTUALIZANDO A TRADUÇAO. BH: Fale/UFMG. pag. 167-183;
  • ARROJO, Rosemary. Oficina de Tradução: a teoria e prática. 2007. cap I-IV;
  • BOLTON, 1979. JANUARY (sort of poem).

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails