segunda-feira, 2 de novembro de 2009


Resumo crítico do capitulo II do livro: “Os sete saberes para educação”, de Edgar Morin.

Vou começar esse texto contanto uma breve história: “Um adolescente , no seu processo educacional, conhece e reconhece, confronta e reflete, analisa e sintetiza seu conhecimento e favorece sua aptidão natural em meios as matérias escolares, relações entre colegas e professores, amigos do bairro, sua família; enfim, com os costumes e hábitos da sociedade em que vive.”

“Ele decide então seguir a área biológica. Apaixona-se por botânica, aos estudos das borboletas. Decide averiguar a queda vertiginosa de uma dessas espécies nas florestas tropicais. Vai trabalhar num laboratório de referência, isolado no meio da Amazônia. Torna-se um renomado especialista depois de vinte anos de estudos...”


Interrompo aqui meu exemplo caricato. Ele servirá para o que vem a seguir.

Acredito que propor uma reforma de pensamento passa por uma transformação de um conhecimento aleatório em algo pertinente, situado num contexto nesse nosso complexo planetário.

O conhecimento justo e adequado deve estar sempre contextualizado – a coisa causada e causadora – ser uma unidade e também parte de um todo. Ser global. Qual a finalidade do estudo aprofundado dessas borboletas? Se não for para um bem comum não fará sentido, não haverá adequação.

Este mesmo conhecimento deve estar aberto às varias unidades complexas que nos cercam, e que ao mesmo tempo nos formam. Não somos só trabalho. Somos feitos de razão, do psíquico, do social, de emoção. Entenda-se por complexo esses diferentes constituintes entrelaçados e mantendo uma interdependência constante para a formação do homem.

E nesse paradoxo de grandes avanços tecnológicos deste século que nos levam a grandes cegueiras paradigmáticas, devemos combater alguns problemas essenciais.

Nada contras as especializações. Mas, caso esse processo se torne hiper, uma disjunção, de eterna fragmentação, isso tende a uma descontextualização do conhecimento.

Biologia, Botânica, borboletas, de florestas tropicais...
Estas subdivisões sistemáticas, sem propósito, tendem também ao conhecimento reduzido, restrito, unidimensional.

Um estudo de vinte anos de uma espécie de borboleta é um grande feito, um valoroso conhecimento. Mas também pode ser considerada uma forma de racionalização abstrata e unidimensional.

Este estudo biológico, associado à Estatística, à Meteorologia, e à Física se faz adequado, contextualizado, globalizado quando ele nos mostra, por exemplo, que a queda vertiginosa do número dessa espécie se deu pelo aumento de temperatura, indicador este que afeta diretamente o povo amazônico, e que mais tarde afetará o resto do mundo se continuar assim, e não corrigimos erros em tempo.

Todo e qualquer conhecimento justo e adequado – pertinente - deve favorecer a compreensão, reflexão e visão em longo prazo.
***
A educação dever transformar o indivíduo em sujeito, estimulando de forma positiva aqueles conhecimentos prévios - a aptidão geral, do início do texto, e organizá-los. Já dizia Paulo Freire: “O conhecimento das partes depende do conhecimento do todo e o conhecimento do todo depende do conhecimento das partes”. Todo que somos nós, e de um todo que também nós fazemos parte.

A verdadeira educação vai auxiliar na emancipação do aluno enquanto indivíduo da sociedade, levando o a viver, a se tornar cidadão responsável pelo ambiente a sua volta, seja ele social, político, ou cultural. Motivar a união entre o pensamento científico, e o humanista, vivendo e enfrentando as incertezas dentro de uma visão que transpõe, muitas vezes, a didática em sala de aula.

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