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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

UM CONTO PRA LÁ DE SENSUAL

Eis que um grupo de mulheres estava num bar curtindo seu Happy hour, quando aponta ao longe na entrada um homem que elas jamais tinham visto em sua vida.

Alto, porte atlético, maravilhoso. Cabelos castanhos e lindos, os olhos tão claros fizeram com que todas ficassem hipnotizadas com o brilho. Um verdadeiro Apolo.

O homem já notando que era objeto de atenção daquele grupo, escolheu a que achou mais atraente, e, com todo jogo de sensualidade, se aproximou.

Esta que se preparava para se desculpar, morrendo de vergonha, foi interrompida pelo deus grego com uma proposta que a fez tremer dos pés a cabeça:

"Estou disposto a fazer absolutamente qualquer desejo seu. é só pedir. Mas tem uma condição."

A escolhida, ainda não refeita da situação, pergunta meio trêmula qual a condição. O homem diz:

"Você terá que sussurrar em meu ouvido o que quer em três palavras".

A mulher respirou fundo, pensou rápido e sorriu como já decidida , piscou o olhou para seu proponente.

Bem devagar, dobrou-se até ele, e sussurrou em seu ouvido as três mágicas palavras:

"LIMPE MINHA CASA".

Pronto. Fim do conto.

sábado, 21 de novembro de 2009

Um conto de amor por música



E TUDO COMEÇA ASSIM...


"Quando um coração que está cansado de sofrer Encontra um coração também cansado de sofrer É tempo de se pensar Que o amor pode de repente chegar"
[CAMINHOS CRUZADOS, Chico Buarque]


... ELE CHEGOU E...


"Agora não vou mais mudar, Minha procura por si só,
Já era o que eu queria achar Quando você chama meu nome"
[ENCOSTA NA TUA, Ana Carolina]


...O SENTIMENTO É PLENO...


"Por ser exato, o amor não cabe em si, Por ser encantado,
o amor revela-se, Por ser amor, invade e fim."
[PÉTALA, Djavan]


...A FELICIDADE ESTAMPADA SE DECLARA...


"Une o meu viver com o seu viver
Ela só precisa existir para me completar"
[ELA UNE TODAS AS COISAS, Jorge Vercilo]


...MAS NEM TUDO SÃO FLORES, E UM DIA...


"Você sorriu e me propôs Que eu te deixasse em paz
Me disse vai, e eu não fui"
[NADA POR MIM, Kid Abelha]

...LOGO A GENTE REALIZA QUE...


"E na vida a gente Tem que entender
Que um nasce prá sofrer Enquanto o outro ri."
[AZUL DA COR DO MAR, Tim Maia]


...E VEM AS LEMBRANÇAS DE...


"Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei"
[ATRAS DA PORTA, Elis Regina]


...TENTA-SE CONVERSAR...


"Drão não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão"
[DRÃO, Gilberto Gil]


...PORÉM O FIM É IMINENTE...


"Caso você for, não me diga adeus
Deixe pra amanhã, tenha dó de mim
Não olhe pra trás, que eu não quero ver
Quando o seu olhar me fitar e estremecer"
[DÓ DE MIM, Vânia Abreu]


...A ANGÚSTIA BATE, E APELAMOS...

"Pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus"
[SOBRE TODAS AS COISAS, Zizi Possi]


MAS, DE FATO, É O QUE ACONTECE...

É só isso, Não tem mais jeito Acabou, boa sorte
Não tenho o que dizer São só palavras E o que eu sinto Não mudará
[Boa sorte, Vnessa da Mata]


DEIXA ESTAR! O MUNDO DA VOLTAS, E DEPOIS...


"Ah ! Eu vim aqui amor só pra me despedir
E as últimas palavras desse nosso amor, você vai ter que ouvir"
[DE TANTO AMOR, Roberto Carlos]


... LEMBRE-SE, É SÓ UM CONSELHO...


"Não vou voltar atrás, Raspe dos teus dedos minhas digitais
Apague da cabeça o meu nome, telefone e endereço
Arranque do teu peito o meu amor cheio de defeitos
"
[DIGITAIS, Taviani]


SÓ MAIS UM PEDIDO...


Mesmo que exista outro amor que te faça feliz
Se resta, em sua lembrança, um pouco do muito que eu te quis
Onde você estiver, não se esqueça de mim
[Não se esqueça de mim, Nãna e Erasmo]

FIM

sexta-feira, 5 de junho de 2009

LA VIAJE


Juan anduvo por la calle cuando encontró un amigo que no charlaba a mucho tiempo. ¡Paco! ¡Cuánto tiempo! “¿Qué ha hecho?”
Se abrazaran. La felicidad fue mutua y explícita. Y Juan luego preguntó por los otros.
- “Veo todo los días”. Afirmó el amigo.
- “¿Dónde?”
- “En el bar. ¿Vamos?”
Allá, fueran ellos. La lámpara Púrpura. Hasta hoy no he descubierto porque el nombre. No han tenido un indicio del color o de una lámpara en el bar. Estaban todos en el mismo sitio. Dos mesas juntas y las siete sillas. “¿Cómo supieran que yo vendría?” Poco a poco fueron apareciendo las figuras: Alfonso; Pepe; Manulo - con la ‘u’ mismo – tu padre dijo que era moda, mas siempre ha deducido que el hombre de la notaría estuvo borracho en hora de escribir; Carmen, y Lupe.
Era ella misma. Maria de Guadalupe.
- “¿Cómo estas?” Preguntó.
Tensión en el aire.
- “¿Bien, y tu?” Quiso derribar la resistencia del dialogo
- “¿Ha casada? ¿Dónde ha trabajado? ¿Qué ha hecho?”
- “Soy casada ahora. No necesito trabajar”. Contestó fulminante.
- “Si señora”. Engulló rojo.
- “Permiso”. Habló y salió.
Juan ha mirado mientras la guapa se iba. Ella ha cambiado un poco: el pelo está corto, unas arruguitas por la edad, no es tan todavía delgada, mas estuvo admirable como siempre.
Le desvió la mirada de ella e vio un corazón dibujado en la mesa, todavía escrito: Lupe y Juan. “Fuimos casi novios. ¿Por qué no dio cierto? Jóvenes desbravadores”. Pensó.
Bien, todo era una fiesta. Ellos han recordado, llorado, y bebido muchísimo… y han marcado la próxima.
En casa, abrió los ojos, acostado en la cama, Juan todavía no acreditó en aquel encuentro. Los viejos amigos. No consiguió dormir: Alfonso; Pepe, El chistoso; Paco, su gran amigo.
“¿Paco?“
Paco ha muerto. Recordó Juan. Si. Hace 15 años. Ello mismo fue en su velorio.
Una película del pasado volvió en su cabeza. Ahora, El tiempo ha trabajado cruelmente. Tanto mas ello recordaba, más ello no tenía duda.
Fuera un sueño.
En aquella noche misma, ello volvió a encontrar los amigos. Estaban tan felices. Pepe ha contado la misma chista por quince veces. Carmen rió en todas. Alfonso empezó a cantar y todos los otros lo seguían, incluso el esposo de Lupe. Entonces, Juan ha dado cuenta que muerto estas aquel que no tuve gran amigos.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A EVOLUÇÃO DAS GÍRIAS – A PLURI (IN) UTILIDADE. (jul/2003)

Chega de gírias do tipo “Só!”, “Colé!”, e “E aí?” Que poderiam sugerir vários significados e interpretações. Hoje, uma gíria apenas, assume mesmo funções gramaticais diversas, e tomam lugar até de sinais de pontuação. É uma mutação preocupante à língua portuguesa.
Vejam a reportagem abaixo e comprovem.
Repórter:
Você gosta de futebol?
Ele:
- MEU[1], ultimamente não é MEU[2] forte, não.
Repórter:
- Mas se seu time perder, você se preocupa, não?
Ele:
- PÔMEU[3]! Só fala em crise MEU[4] só problema MEU[5] só coisa ruim MEU[6] Não dá MEU[7]
Ele parte para cima do repórter:
- Não faça mais isso MEU[8] me irritei M E U[9] tome MEU![10] mais MEU![11] e mais MEU![12]
Chega o policial:
- O que está acontecendo aqui MEU[13]
Ele responde:
- Eu posso explicar MEU[14]
Policial:
- Nada disso MEU[15], vai todo mundo em cana MEU[16].

Justificativas dos “MEU’s”:
[1] Em se tratando de uma reportagem, que o entrevistado foi interpelado na rua, com uma pergunta que mexeu com sua emoção, consideram-se duas hipóteses: um marcador conversacional (“Bem, ultimamente não…”) ou indo um pouco mais fundo um “suspiro literário” (“[suspiro] ultimamente não…”).

[2] Esse é o original pronome possessivo. Ilustrado aqui para você não esquecer de quem verdadeiramente ele é.

[3] Esse aqui remete a um caso singular. Ele age como um censor: Se você estivesse ouvindo esta entrevista, ele seria o bip; caso estiver lendo, como agora, ele funciona como os traços ou reticências que completam a palavra censurada. (Preciso dizer qual é a palavra?).

[4, 5,6] Aqui a primeira transformação: estes marcam pausa de breve duração entre termos da oração, ou seja, são vírgulas.

[7, 8] Expressam estado emotivo ou de chamamento: É o ponto de exclamação.

[9] indica suspensão da fala, interrupção das idéias ou pensamento. (veja que as letras estão um pouco separadas apenas para ajudar na interpretação, caro leitor). Simboliza as reticências.
[10, 11, 12] outro caso que abre duas possibilidades: pode ser o demonstrativo isso (“tome isso! Mais isso! E mais isso!…”) ou as onomatopéias dos filmes de Batman (“tome pow!… mais crash! E mais puff!”).

[13] Marca o tom da voz que se leva. Temos agora, o ponto de interrogação.

[14] Aqui o entrevistado tenta se explicar, pego em flagrante, contesta educadamente, com um pronome de tratamento. (poderia ser substituído facilmente por Senhor, não?).

[15] Pode encaixar-se no caso [4. 5 6] ou ser ponto e vírgula também,

[16] indica final de período, final de conversa: o ponto final.

NOTA 1: Ainda não foi encontrado nenhum caso de “gíria-dupla”, ou seja, de uma mesma gíria, em seqüência, representar funções distintas; veja abaixo:
O caso [3];
Ou ele seria
“PÔMEU!…” ou “PÔRRA MEU…”.
E nunca:
** “PÔMEU MEU”
Vale também para o caso[10, 11, 12].
Ou ele seria
“Tome MEU! Mais MEU! E mais MEU!” Ou “Tome isso MEU mais MEU e mais MEU”.
E nunca:
** “Tome MEU MEU Mais MEU MEU E mais MEU MEU”
Estudiosos acham que isso será uma forte tendência futuramente, mas ainda não dá para precisar quando entrará em uso.
NOTA 2: o tema do texto acima foi retirado de uma tribo específica, e não uma mera coincidência, MEU caro leitor.

O DIA QUE ELE VIU A COISA PRETA


O DIA QUE ELE VIU A COISA PRETA (março/2003)
Estava Ele e seu amigo Negrón se preparando para ir numa festa. Ele estava mais adiantado, no entanto Negrón, como sempre, adorava aprontar, deixar tudo pra última hora. Encontrava-se quase arrumado quando se lembrou do velho e básico perfume. Entra no banheiro, onde Negrón estava tomando uma ducha. Abriu o armário, deu umas esguichadas da fragrância escolhida, estava ajeitando a gravata borboleta, quando, de súbito, ouviu um gemido vindo do Box. Assustado e curioso foi verificar o acontecido. A neblina causada pelo vapor d'água deixava o vidro do blindex embaçado. Instintivamente, abriu e se assustou com o que viu:
“Que é isso Negrón?’
Negrón não ouvia. Só gemia:
“Ai... Não agüento mais... Eu vou... Vou... “
“ Negrón, que cabeça vermelha é essa?”
Negrón não estava em suas melhores condições:
“Ai! Ajude-me... Vem aqui... Não vou consegui sozinho... “
Ele agora mais do que afoito com aquilo tudo teve que tomar as rédeas da situação:
“Tire as mãos daí! Deixe que faço isso pra você!”
Em uma fração de segundos, parou antes do movimento preterido, E lembrou:
“Com um gelinho vai ficar bem melhor, não?”
Negrón já quase que apelando, sussurrou:
“Ôôô se vai...”
Com Negrón de volta na cama, os dois falavam sobre o sucedido:
“ Nunca pensei de isso acontecer com você. Putz! Você acabou comigo.” Disse Ele.
“ Que loucura! E eu nunca pensei de você ser tão ágil e rápido.” Arrematou Negrón.
Antes que aquilo se transformasse em uma bola de neve, ou em algo mais perigoso, Ele resolveu ligar para sua namorada e informá-la de tudo.
Ele tentou contar por telefone. Balbuciou, gaguejou. Ficou nervoso. E não saía nada. Isso só fez deixá-la mais preocupada.
Ela querendo mais detalhes do que foi advindo, veio rapidamente ao encontro dos dois:
“Conte-me tudo. Não esconda nada. Eu preciso saber”. Disse Ela enfática.
Ele dando-se conta da gravidade do problema, e temendo que aquilo fosse uma atitude impulsiva e equívoca de sua parte, começou a chorar diante da mulher que sempre amou:
“Vi aquilo na minha frente... Pulsando e vermelho... Parece que não tinha escolha... E fiz o que tinha que fazer... Ou o que eu achava... Desculpe, por favor, meu amor!... Foi quase que instintivo... “
Negrón vendo seu amigo ali sofrendo sozinho, tentou defendê-lo:
“Foi só um deslize de minha parte. Não irá acontecer mais. A culpa é toda minha.”
Ela, que estava ali, ouvindo tudo solícita, tratou logo de acalmá-los:
“Tudo bem. Vocês fizeram a coisa certa. Ainda bem que fui a primeira a ser informada.”
Os três são amigos ainda hoje. Ele e Ela até se casaram. Mas, aquele episódio jamais vai ser esquecido por nenhum deles. Mexeu muito com todos eles. Não sei por quê. E, depois daquilo, eles ficaram inclusive, mais unidos.
Tudo acabou bem naquele dia. Negrón levou oito pontos em um corte profundo, que sangrou muito, no lado direito da cabeça; no qual foram feitos os primeiros socorros ali mesmo, por Ela que era médica. O pior foi carregar Negrón até a cama. E, se Ele não colocasse gelo na hora, as conseqüências poderiam ser ainda maiores.
“É... Que ninguém saiba... Mas naquele dia eu vi a coisa preta!”
Relembrou Ele, agora tranqüilo.
MORAL DA HISTÓRIA: O perigo pode está em qualquer lugar... No banheiro... Ou na cabeça de cada um.

VERSÕES PARA O ENTERRO DE DOMINGO

Naquela manhã dominical, o sol brilhava triste. Todos velavam a grande perda: Domingos. Solteiro, bonito, jovem, cheio de vida, e querido por muitos.

- Era um bom homem. Ouvia-se dizer em um comentário quase uníssono.

Eu disse quase.

1ª versão.

O pai estava lá, com a mãe e um casal de irmãos. O velho senhor austero mantinha a postura forte e firme da família. A mãe - e só quem é mãe sabe o que ela estava sentindo naquela hora – desolada e inconsolável. Os dois irmãos também, inconformados com a perda do estimado primogênito.

Como se estivessem em campanha, amigos e parentes todos ali. Os de infância, que cresceram e conviveram com ele momentos vários. Do mesmo modo, a turma do trabalho marcava presença, prestigiando àquele que foi um funcionário exemplar, um homem de destaque. Figuravam homens sérios, porém consternados pela perda de um futuro promissor; e mulheres, entre jovens, senhoras e beatas, que o conheciam desde infante. De contraste, crianças inocentes estavam ali, sem saber do que se tratava, como anjos que vieram buscá-lo.

Palestrantes de vários grupos religiosos vieram solenizar sua passagem para o mundo espiritual, e emanavam seus cânticos de celebração em homenagem a Domingos…

- Mas como ele morreu?

- Foi encontrado numa cama. Reposta vacilante. Soou inocente, mas o arrepio geral.

- Estão dizendo por aí que era de casal…

Novos fatos surgem, e, de súbito, começa aqui a derrocada; a ruir-lhe a reputação.

2ª versão.

Comentam que o Domingos era um boêmio, Casablanca, gostava da noite, jogos, e mulheres.

O pai estava ali sóbrio, mas na verdade, vivia entristecido, amargurado com o filho. A mãe vai ver era até enganada, coitada; não sabia da vida pregressa do filho. Do irmão mais novo, suspeitam de que estava seguindo seus passos; e a irmã – ah! Essa aí! – à boca pequena, diziam que não era tão confiável assim.

Por isso notava-se um ambiente desigual. De um lado, homens que pareciam sérios até demais, ninguém sabe por que não sorriam ou choravam. Senhoras que posavam de ex-futuras sogras choramingando. Não sei se de raiva ou de desgosto. E as jovens? Estas eram aos montes, e que causavam inclusive constrangimento entre as mesmas. Ficavam deslocadas, inseguras de saber se aquela que lhe fitava era amante, namorada, ou a noiva. O que diziam das crianças é que podiam ser todos herdeiros. Mas, a vida de boêmio não é um legado justo a eles.

O burburinho no local era desconcertante. Um congresso de conjecturas e entreolhares. Nada se ouvia, mas tudo se dizia.

Ali, oradores oportunistas insistiam em pregar tamanha ladainha, numa desorganização sem precedentes.

- Foi envenenado! Sussurraram o imbróglio.

Imediatamente, como uma metástase maligna, aparecem as conclusões –

3ª versão.

- Eu já sabia. Bem que desconfiava desde o princípio. Com certeza foi encomendado, acerto de contas!

Domingos era um Don Juan daqueles, que não liberava ninguém: nem garotinhas, passando por mulheres casadas e até viúvas. Um ‘terrorista’, e ainda costumava dar calote na praça.

Mas, igualmente era sua família: O pai era um bêbado que tinha vergonha do filho. Não sei como estava de pé ali. A mãe, que chorava também de vergonha, apanhava do marido e parecia prever este fim para o esquife. O irmão mais novo costumava ‘passar’ as férias no reformatório; e a irmã tinha por codinome a ‘Rainha da noite’.

Os comparsas de infância, a quadrilha de delinqüentes posicionava-se perfilada ao lado do caixão. Pareciam que iam saudar-lhe com uma saraivada de tiros. Obrigados pela praxe da empresa, que da qual este infausto ser parecia freqüentar, alguns funcionários marcavam presença como se fosse dia de ponto – ninguém gostava do falecido: Ele parecia honrar o nome que tinha. Era considerado o ‘Rei do nó’ no trabalho.

Desconhecidos presentes permaneciam lá, como maridos traídos ou credores; possíveis executores ou mandantes do crime. Uma coleção de mulheres e senhoras que passaram pelas mãos, - e outras coisas dele - controlavam vergonhosamente o desespero. Mães consolavam suas filhas: não sei se choravam de raiva ou de desgosto. E jovens, com cara de garota de programa, pareciam ter trabalhado na noite anterior em casa noturna, e vieram direto pra cá com seus vestidos de noite decotados. As crianças – pasmem! - eram sobreviventes que ele não conseguiu fazer que suas ‘ex’ tirassem.

O local era um conluio de inocentes e culpados. Do mesmo modo que era constrangedor, era aterrorizante. A qualquer momento, poderia o ambiente se tornar uma esbórnea o um massacre sangrento.

Alguns mais exaltados rogavam suas pragas como podiam. O que pudesse fazer para atrasar ou adiar sua chegada aos céus, eles faziam. E, com este sol infernal de rachar, Aquilo parecia um cortiço insuportável.

- Ele já vai é tarde! Sentenciou alguém, finalmente.

***

Enfim, Mais uma semana começava; e esta, com um domingo daqueles. Devido à discrição da família, ou por que ninguém nunca mesmo quis averiguar a fundo a causa-mortis, nunca se soube de fato o que aconteceu. E, a única verdade nessa historia é que o Domingos se foi, calmo, tranqüilo e sereno. Ou não.

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