sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Amar é fácil…

Acredito que amar ao próximo é fácil. Diria que até simples. Assim que multiplicamos o amor, essa sensibilidade, quando dirigida ao coletivo, vem com certo corporativismo, um quê de bem-estar, de serena e harmoniosa convivência e tolerância. O difícil é amar a si mesmo: aquele amor de dentro para dentro.

Creio que, à medida que o amor se resume - se é que posso falar assim desse sentimento tão pleno, as dificuldades aumentam. Era universal, vai ficando nacional, natural. Amo meu país, minha terra, meu chão onde nasci. Depois o bairro onde cresci. Os amigos de infância. Os melhores amigos. Trabalhar essa ‘seletividade’ no amor é complicado.

Diga-se de passagem, que se dá pra aturar melhor uma bandalheira dos colegas de rua que um vacilo de um melhor amigo. Sim! Este foi selecionado, idolatrado, amado entre muitos tantos amigos. E quando entra parente no meio, o caldo vai engrossando: as chatices de priminhos, as tiazonas azucrinantes e quadradas, a caduquice da vovó e do vovô. Vixe! Menos gente, mais sacrifício.

E, o amor a dois - a cara-metade: esse amor ao meio vira uma coisinha complexa ao quadrado! Agüentar ciúmes, manias e esquisitices de parceiro é Freud!

Não quero qualificá-los, nem muito menos completar que o amor perdoa; mas sim ilustrar que esses vacilos, sacrifícios, quanto mais seletivos, doem. E muito.

Mas, todos estes amores não existiriam se não nos amássemos verdadeiramente. Falo de amar nossa imagem, nossas idéias e atitudes, com as quais igualmente se constrói um caráter e personalidade dignos de nós mesmos.

Aquele amor sozinho, solitário, todavia inteiro. Que não denigre, nem deprime; só engrandece. Nos enaltece, valoriza. Aquele que nos faz acordar de bem com a vida, cabeça erguida, e iniciar a nova jornada, para, mais uma vez, e quantas vezes necessária for, amar o universo, meu país, minha terra, a vovó, o vovô…

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