quarta-feira, 25 de novembro de 2009


Trabalho: fazer uma análise do poema galego - “Longa noite de pedra” Celso Emílio Ferreiro:

Longa noite de pedra

No meio do caminho tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho

Tinha uma pedra

No meio do caminho tinha uma pedra


Carlos Drummond de Andrade

O teito é de pedra.
De pedra son os muros
e as tebras.
De pedra o chan
E as reixas.
As portas,
as cadeas,
o aire,
as fenestras,
as olladas
son de pedras.
Os corazóns dos homes
Que ao longe espreitan,
Feitos están
tamén de pedra.
E eu, morrendo
nesta longa noite
de pedra.

Comentários.

Quanto aos aspectos físicos (estruturais) o poema começa com uma estrofe introdutória, falando sobre o mesmo tema, de um poema do brasileiro Carlos Drummond de Andrade (CDA).

“Longa noite de pedra” não possui uma métrica rígida – praticamente todos os versos são uma enumeração de objetos descritos. A rima se dá apenas com a repetição da palavra: pedra.

Aliás, a palavra recorrente nas duas partes do poema, em CDA e em Ferreiro, representa a mesma coisa. Ou seja, “pedra” possui uma simbologia universal.

Quanto aos fenômenos lingüísticos que são observados no poema de Emílio Ferreiro, podemos citar a metáfora, a simbologia universal de “pedra” que significa a ditadura, o poder que oprime e sufoca. (o mesmo significado para o poema de CDA!).

Podemos também notar no poema a aliteração (‘Pedra’ aparece seis vezes no poema de Ferreiro, e quatro no de CDA).

E por que não dizer uma gradação: tudo que é descrito em seqüência serve para oprimir, sufocar, calar, matar o eu poético.

[Teitos... muros... tebras... chan]
[portas... cadeas... aire]

E esta seqüência descrita no poema causa um efeito sinestésico no poema, tornando o denso, pesado, cansado, refletindo muito bem sua mensagem, sua temática.

No título a temática sócio-política é evidente no poema. O autor retrata os tempos (“longos”) de terror (“noite”) que seriam os anos de ditadura (“pedra”) Franquista, quando a produção artística esteve em declínio, ou por que muitos se fizeram calar, ou foram calados dos porões da ditadura.


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