sexta-feira, 17 de outubro de 2008

LUXÚRIAS URBANAS


LUXÚRIAS URBANAS: Situações “Libidinosas” do Cotidiano.

(1)
Estava eu, com o pensamento a vagar, quando de repente, tu apareces em meus devaneios. Humm! Que delícia! Com uma velocidade impressionante, flashes desconexos pairam em minha mente como desejos mal-resolvidos. Sinto-me inebriado com teu cheiro, tuas curvas e todos os milímetros de tua existência. O cheiro – Ah! – surge d’uma mistura do elixir e do néctar das frutas raras que sabiam ao pecado. E tuas curvas? Não seriam torneadas nem pelos maiores renascentistas deste mundo vil. Contudo, teríamos um encontro fulminante: fusão de dois corpos – Tu em brasa e eu querendo ser queimado. Depois de tanta loucura, a hora passando e sem tua presença, instintivamente o corpo responde. Como não estas aqui ainda, rendo-me ao animal humano que sou e faço a única coisa que me resta…Oohh!

“Ligo para a disque-pizza e peço uma Portuguesa: cheirosa, redondinha e bem quentinha!”. FOCUS: A FOME URBANA

(2)

-Vejo-te, ali fervendo, toda acessível, pedindo para introduzir-me. Eu eriçado que pareço deixado no esquecimento há dias, sinto-me não só tentado, mas também na obrigação de realizar-te o desejo. Penetro-te a fundo. Mexo, com alguma dificuldade no começo, para um lado e para o outro. Então, te untas para que fiquemos mais soltos. Cedo ainda mais aos teus caprichos e ficamos neste delicioso balé por um bom tempo. Ao término do nosso fervoroso encontro, pingando e suado, escorro-me ao seu lado. Finalmente, ouço a voz que soa como o canto das ninfas e regozija-me o ego…

“Panela nova é macarrão soltinho na certa!”. FOCUS: A CONDIÇÃO URBANA.

(3)

Estou na cama contigo ao meu lado. Sinto em ti algo pulsar, quase balançando, chamando por mim. Estou exausta, mas ao mesmo tempo, não sei por que, sorrio pra mim mesma e depois me excito com isso. Lembro-me daquelas horas intermináveis que passamos juntos. Com minha mão ávida e curiosa te procuro por debaixo dos lençóis e rapidamente alcanço meu objetivo. Um instinto faz levá-lo logo próximo à boca. Pareço conversar em sussurros e te encostar os lábios querendo beijar. Em sintonia com meus atos, ouço vozes desconexas que me deixam enlouquecida. Estou sonolenta, mas já sei! Era por isto que eu vinha reclamando há tempos…Aaahhh!…

Droga! Esse telefone sem fio está quebrado ou a Telemar ainda não consertou essa droga de linha! FOCUS: O CHAMAMENTO URBANO.

(4)

Quando tu me olhas, com este olhar felino sinto congelar. Tu me surpreendes toda vez assim. Quase me faz subir pelas paredes; mas ainda consigo fugir, ofegante. Tuas tentativas sempre serão em vão. Queres me fisgar de qualquer jeito, e em qualquer lugar: Em cima da mesa, em cima da pia ou em cima da cama. Não quero, não posso, não cederei. Só por cima do meu cadáver! Eu sei que as pessoas aconselham, gritam, torcem por ti. Eu não me canso de ouvir elas dizerem…Hhuuum!

Êtaaa! Este gato não vai pegar este rato nunca! FOCUS: O ASSÉDIO URBANO.

(5)
Podia não parecer, mas eu adorava. E enquanto isto acontecia, falava tudo que está em mim. Tu me arranhavas o corpo inteiro toda vez que nos encontrávamos. Já fomos de curtir este “Love” por noites inteiras, mas confesso que, hoje em dia, está cada vez mais raro. Tu me conheces de fora pra dentro – Os dois lados literalmente. Suplico a ti uma vez mais e, você nada. Porque? Estou ficando velho, ultrapassado, já sei. E eu acho que perdi tua majestade por que tens um novo amor. Eu vi: Ele,em relação a mim, é menor, pode ser até mais sensível, moderno; mas também ouvi dizer que ele é rapidinho e então é por isso que te mostra um lado só? Fico sem respostas. Contudo, escuto as pessoas falarem coisas que parecem vir de tua boca…

O disco de vinil já era! Cd agora é a bola da vez! FOCUS: A TRAIÇÃO URBANA.

(6)
É a sua primeira vez. Ele pergunta se você está com medo e você sacode a cabeça negativamente. Ele tem muita experiência, afinal ele já fez com várias. Seus dedos encontram o ponto certo, e você estremece. Seu corpo fica tenso, mas ele faz tudo de maneira gentil. Ele olha no fundo dos seus olhos e pede que confie nele. O sorriso dele faz com que você relaxe e abra mais, de modo a facilitar as coisas. Você pede para que ele seja rápido, mas ele vai devagar, cuidando para que você sinta o mínimo de dor possível. À medida que ele vai forçando, você sente os tecidos cedendo. A dor se alastra pelo seu corpo e você sente um leve sangramento. Ele olha para você preocupado e pergunta se está doendo. Seus olhos estão rasos de lágrimas, mas você sacode a cabeça e sinaliza para que ele continue.
Após algum tempo, Você está ofegante e ao mesmo tempo aliviada por aquilo ter terminado. Ele diz que você foi a mais difícil, mas ainda assim, a mais recompensadora experiência que ele teve. Então…
Você sorri e agradece ao seu dentista. Afinal de contas, foi a primeira vez que teve um dente arrancado. FOCUS: A INICIAÇÃO URBANA.

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