1. Trabalho fazer uma análise do poema galego - “Camiño longo”- de Ramon Cabanillas:
Camiño longo
Caminõ, camiño longo
camiño da miña vida
escuro e triste de noite
triste e escuro de día...
¡camiño longo
Da minha vida!
Verea, verea torta
Em duras laxes abertas
Arrodeadas de toxos
Crebada polas lameiras...
Caminõ, camiño longo
A chovia , a neve e as silvas
enchéronme de friaxe
cubríronme de feridas...
¡camiño longo
Da minha vida!
Verea, verea fonda
De fonte triste, sen auga;
sen carballos que dean sombra
nin chozas quen dean pousadas
¡verea fonda
ti cando acabas!
Comentários:
Logo de inicio, vemos uma padronização na estrutura do poema. Com versos octassilábicos, as quatro estrofes dão um esqueleto rígido ao poema.
As repetições de palavras e expressões nos versos configuram um paralelismo na poesia de Ramon Cabanillas.
“Caminõ, camiño longo” (estrofes 1 e 3)
“Verea, verea fonda” (estrofes 2 e 4)
“Verea, verea fonda” (estrofes 2 e 4)
O poeta não se faz uso de rimas ordenadas e sim de um jogo de palavras, que expressam movimento, a saga, o épico:
“Caminõ, camiño longo/ camiño da miña vida” (versos 1 e 2)
Dor e agonia:
“escuro e triste de noite / triste e escuro de día...” (versos 3 e 4)
“enchéronme de friaxe / cubríronme de feridas...” (versos 13 e 14)
“enchéronme de friaxe / cubríronme de feridas...” (versos 13 e 14)
E praticamente todas as estrofes terminam com uma exclamação retórica que tem uma estrutura que evidencia o castelanismo:
¡camiño longo / Da minha vida!
(nas estrofes 3 e 4)
¡verea fonda / ti cando acabas!O poema é uma metáfora melancólica de uma viagem tendo o mar como um caminho épico, e interminável.
Evidencia-se o recurso da inversão (hipérbato) e antítese:
“escuro e triste de noite / triste e escuro de día...” (versos 3 e 4)
Observamos no poema a aliteração e a anáfora:
Verea, verea fonda
De fonte triste, sen auga;
sen carballos que dean sombra
nin chozas quen dean pousadas.
De fonte triste, sen auga;
sen carballos que dean sombra
nin chozas quen dean pousadas.
Em todo o poema o peso da adjetivação (“triste”, “escuro” , “fondo”, “tortas”, “abertas”) é muito forte.
Estilo literário:
Ramon Cabanillas faz uso de uma poesia narrativa onde se faz presente o lirismo, sentimentalismo, costumismo, neste poema. E acrescentando; porque não dizer também o modernismo, saudosismo e civismo são temas presentes conjunto de suas obras.
O poeta colaborador da “Irmandade da fala” tem em sua atitude temático-estilístico a manifestação sempre na direção de representar liricamente os interesses e necessidades do nacionalismo como também na procura de uma estética nacional. E em “Camiño longo” pode se ter uma bela amostra disso.
O poeta colaborador da “Irmandade da fala” tem em sua atitude temático-estilístico a manifestação sempre na direção de representar liricamente os interesses e necessidades do nacionalismo como também na procura de uma estética nacional. E em “Camiño longo” pode se ter uma bela amostra disso.
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