Vivendo e Aprendendo I
Caro Lucílio,
Gostaria
muito de te falar: como reivindicar-me do tempo, que não foi nem roubado ou
furtado, e sim, quando este é dado de bom grado? Eu explico. Falo de um
sentimento compartilhado, que me parece maior – doce ilusão – e melhor - isto
com certeza o é.
Este
tempo que não falha, e que não para, entretanto não me parece cruel. E quero
dividi-lo com alguém, que se dispõe igualmente neste sentido, comigo. Morte é o
tempo passado sem redobrá-lo sem recobrá-lo a este outro.
Penso
em ser cuidadoso, e valoroso nas pequenas coisas. Lado a lado. Com enlaces de
ponte. Não deverei ser soberbo, para que a corda não pende e parta do outro; ou negligente, pra que não, o meu.
E
agora? Pelo pouco e incerto tempo que me
resta desejo viver feliz. “ Um copo pela metade, pode ser visto como meio cheio
ou meio vazio, porém dois meios copos dar-se-ão um cheio”. Então é isso: este
sentimento compartilhado, o amor, Lucílio, é um brinde! Passa bem!
Sêneca.
Aprendendo a Viver.
Porto Alegre:
L&PM Pocket,
2012
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