Em
uma de minhas leituras recentes, “Inveja
O Mal Secreto, de Zuenir Ventura”,
me debati com este tema intrigante, e de repente me questionei: “Você é
invejoso, Coisinho? Você
é invejável?”. Uma das coisas que descobri com esta leitura que a
inveja é inconfessável. Mas, digamos, que esteja
falando do espelho. “Sim.
E sim.” Teve aquela vez
mesmo que...
Desde
pequeno temos inveja. Já
dizia Melanie Klein. Da fartura e abundância
à desilusão e frustração, o seio é a primeira coisa invejada pela
criança. Meu irmão mamou até os 04 anos – Que inveja!
Depois
Freud, e a inveja do pênis. Dizem estar
relacionada mais com as mulheres. Na verdade, o que a inveja do
pênis inveja no pênis é
o gozo de um privilégio. Mas a quem diga que os homens, por razões não sub/inconscientes também têm entre si. E como!
Como
dizia Francis Bacon, “a
alma humana se nutre do bem próprio
ou do mal alheio”. O
problema não é a existência da inveja, aliás, uma dose de inveja é um impulso essencial para mudança; mas a prevalência ativa dela dentro do indivíduo é o que o destrói.
E
como este sentimento (pecado) não é quimicamente puro, dificilmente age sozinho, vem junto com o ódio, ciúme, a cobiça. O ódio é
um estopim, um rompante. Imagine se juntar com o Ciúme, o não querer perder o que tem; e a Cobiça, o desejar o que é do outro. O pior que da inveja é que ela pode vim disfarçada, pois a inveja é o não querer que o outro tenha.
O
fato de ser invejável parece
menos doloroso, mas não
é. Não o exime da culpa (deste pecado). Se
você se reconhece invejável, você faz uso da mesma arma e, portanto
sucumbiu a inveja. Quando invejamos ídolos,
ícones, isto pode soar
como admiração, ou alienação. Porque a ocorrência da inveja é muito mais evidente entre os pares:
"o rei inveja o rei". Atualize o ditado, trocando as peças, colocando, no ditado, “peão”.
Nos
tempos de hoje, que a solidariedade na alegria é uma coisa muito rara, e as pessoas gostam mais da
gente quando estamos tristes; a inveja, que não goza de boa reputação, pode imperar. Se você não
acredita - eu acredito – que o verdadeiro amigo é aquele que suporta o sucesso do
outro, torce lá para aquele ditado das redes sociais: "Torce pra felicidade alheia,
porque gente feliz cuida da própria
vida".
Então, voltando a minha pessoa. Ops, ao espelho: refleti
que sempre tive. E também realizei que muita energia
negativa carregada. Eu sou o que sinto, e não vivo pra ser bateria, carregando-me negativamente. Hoje
estou vivendo mais em paz, que certo.
Sob
os mais variados pretextos, a inveja esteve/está presente em mim. Mas, hoje muito bem comportada. Não
sei se por sorte, ou por controle (i)nato, não vivi - ou será
que sobrevivi, àquele aspecto
trágico, sofrível e frustrante da inveja:
o do ataque a mim mesmo.
A
inveja é universal. E é
verdade também é que todo mundo conhece um, mas é incapaz de admitir ser. Eu me
confessei aqui (mas não
disse quais foram. Amém!).
Não se aceitar, e querer/
precisar ser o outro é
uma forma repugnante de se viver. A inveja é a arma dos incompetentes. Receita pra se combatê-la, parece simples, e veio de um
bruxo/mago Paulo Coelho: “Contra
a inveja? Nada. É não tomar conhecimento e oração”.
E
sigamos em frente.
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